O Adeus
- Bia Santos
- 24 de out. de 2016
- 2 min de leitura
NAQUELA MANHÃ, os raios ultravioletas refletiam em minhas pupilas, através da cortina azul turquesa, que comprei na viajem que fiz pra Moscou, na Rússia.
Minha cabeça doía um pouco. Fui até o banheiro e tomei um paracetamol de 300 g. A água morna que escorria pelo meu corpo era relaxante. Nada era melhor do que um banho naquela manhã.
O cheiro de café expresso e biscoito de chocolate, que vinha da cozinha, fez-se meu estômago acordar.
Você, com esse seu pijama, só a parte de baixo, e o sol que refletia através das janelas de vidro, faziam as curvas de seu peitoral e do tórax parecerem de um anjo. E esse sorriso estampado nesse seu lindo rosto, com seus olhos azuis acinzentados brilhando. Fez meu coração disparar.
- Bom dia. – eu disse no pé de seu ouvido, envolvendo meus braços na sua cintura musculosa.
- Bom dia. – você respondeu cochichando, se virando e me puxando para mais perto de seu corpo, até que nossos lábios se tocassem.
Eu gostaria que tudo aquilo pelo qual nos passamos fosse esquecido, mas acho que sempre virá à tona. Não quero que se magoe ou fique com raiva, quero apenas que siga em frente e tente ao máximo para encontrar a tal da felicidade.
Quem sabe um dia vamos nos encontrar no mesmo lugar que nos vimos pela primeira vez, naquele parque enorme e verde, sentaríamos em um banco colorido e falaríamos sobre nossas experiências e conquistas. O quanto sentimos falta daquelas chuvas de verão na casa de praia, ou dos temperos picantes na típica culinária baiana, e até mesmo dos filmes repetitivos que passávamos tardes assistindo.
Saiba que antes de ser meu amor, você foi meu melhor amigo. Alguém que sempre contei meus segredos, medos e esperanças. Alguém que eu podia contar sempre, não importava para o que era. Alguém que vou dizer de exemplo para meus futuros filhos.
Aquele nosso último beijo, embaixo da macieira, será guardado com muito carinho, juntamente com aquele abraço confortante e protetor.
Naquela manhã, eu não pensava ainda em dizer o adeus, pois não sabia como, mas eu sabia que uma hora aconteceria.
E aí está.

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